No mês de maio, a criançada do Curumim fez uma viagem pela cultura do continente africano. Além disso, conheceram um pouquinho mais sobre as influências que os escravos africanos trouxeram para o Brasil. Veja só o que rolou neste viagem!!!!
O coração do Baobá
O Baobá é uma árvore de tronco gigantesco que existe em algumas regiões africanas e é considerada sagrada por vários povos.
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Para contar a lenda africana “O coração do Baobá” a Rosi falou sobre a importância da transmissão oral para manutenção e transformação da cultura de um povo.
Após a história cada criança desenhou o seu baobá e escolheu um tesouro particular para guardar dentro dele. Teve gente que guardou o nome dos melhores amigos, outros desenharam a família, caixas de tesouros e brinquedos. Foi muito bacana conhecer alguns tesouros!!!!
O coração do baobá
Num dia quente de verão, Tito observava sua mãe no quintal da casa onde moravam.
Era uma casinha simples feita de madeira e pintada de branco com um alto coqueiro no quintal de terra.
- Mãe porque seus olhos estão tão tristes num dia tão lindo como esse?
- Ah, meu filho, porque meu coração está apertado de saudades. Hoje seria o dia do aniversário da sua falecida avó.
-É mesmo? Então que tal conversarmos um pouco sobre ela. Gostaria muito de te-la conhecido. Como ela era?
- Bem sua avó era uma negra forte e linda que gostava de se enfeitar com colares de semente e turbantes coloridos, além disso era muito corajosa e dizia que tinha aprendido isso com a mãe dela, sua bisavó. E além de corajosa ela era também uma ótima contadora de histórias. Lá no quilombo estava sempre rodeada de crianças querendo ouvir suas histórias.
Contou também que a avó havia aprendido várias histórias de origem africana no quilombo, pois muitos dos ex-escravos que moravam lá tinham sido trazidos da África.
- As histórias daquele lugar foram passando de geração em geração e agora fazem parte da nossa história também Tito.
O garoto foi ficando cada vez mais orgulhoso da sua origem, dos seus ancestrais e também muito curioso para saber mais, então pediu para a mãe contar uma história africana.
A mãe ficou tão feliz com o pedido de Tito e escolheu a história de que mais gostava, O coração do Baobá.
A mãe de Tito começou a história assim...
Há muito tempo atrás no coração da África, havia uma extensa planície. E no centro dessa planície, erguia-se uma alta e frondosa árvore. Era o baobá.
Um dia, embaixo do sol escaldante do meio-dia africano, corria pela planície um coelhinho, que, exausto, suado, quando viu o baobá, correu a abrigar-se à sua sombra. E ali, protegido pela árvore, ele se sentiu tão bem, tão reconfortado, que olhando para cima não pôde deixar de dizer:
- Que sombra acolhedora e amiga você tem, baobá! Muito obrigado!
Um dia, embaixo do sol escaldante do meio-dia africano, corria pela planície um coelhinho, que, exausto, suado, quando viu o baobá, correu a abrigar-se à sua sombra. E ali, protegido pela árvore, ele se sentiu tão bem, tão reconfortado, que olhando para cima não pôde deixar de dizer:
O baobá, que não costumava receber palavras de agradecimento, ficou tão reconhecido, que fez balançar os seus galhos e tremular suas folhinhas, como numa dança de alegria.
O coelho, percebendo a reação da árvore, quis aproveitar-se um pouquinho da situação e disse assim: - É, realmente sua sombra é muito boa.... Mas e esses seus frutos que eu estou vendo lá em cima? Não me parecem assim grande coisa...
- Bem, sua sombra é muito boa, seu fruto também é da melhor qualidade. Mas... e o seu coração, baobá? Será ele doce como seu fruto ou duro e seco como sua casca?
O baobá, ouvindo aquilo, deixou-se invadir por uma emoção que há muito tempo não sentia. Mostrar o seu coração? Ah... Como ele queria... Mas era tão difícil... Por outro lado, o coelhinho havia se mostrado tão terno, tão amigo... E assim, hesitante, hesitando, o baobá foi lentamente abrindo o seu tronco. Foi abrindo, abrindo, até formar uma fenda, por onde o coelho pôde ver, extasiado, um tesouro de moedas, pedras e joias preciosas, um tesouro magnífico, que o baobá ofereceu a seu amigo. Maravilhado, o coelho pegou algumas joias e saiu agradecendo:
- Muito obrigado, bela árvore! Jamais vou te esquecer!
E chegando à sua casa, encontrou sua esposa, a coelha, a quem presenteou com as joias. A coelha, mais do que depressa, enfeitou-se toda com anéis, colares e braceletes e saiu para se exibir para suas amigas. A primeira que ela encontrou foi a hiena, que, assaltada pela inveja, quis logo saber onde ela havia conseguido joias tão faiscantes. A coelha lhe disse que nada sabia, mas que fosse falar com seu marido. A hiena não perdeu tempo: foi ter com o coelho, que lhe contou o que havia acontecido.
O baobá, a quem o coelhinho na véspera havia tornado mais confiante e mais generoso, dessa vez nem hesitou. Foi abrindo o seu tronco, foi abrindo, bem devagarinho, saboreando cada minutinho de entrega. Mas a hiena, impaciente, pulou com suas garras no tronco do baobá, gritando:
- Abra logo esse coração, eu não aguento esperar! Ande! Eu quero todo esse tesouro para mim, eu quero tudo, entendeu?
O baobá, apavorado, fechou imediatamente o seu tronco, deixando a hiena de fora a uivar desesperada, sem conseguir pegar nenhuma joia. E por mais que ela arranhasse a árvore, ela nada conseguiu.
A partir desse dia é que a hiena ganhou o costume de vasculhar as entranhas dos animais mortos, pensando encontrar ali algum tesouro. Mal sabe ela que esse tesouro só existe enquanto o coração é vivo e bate forte.
Assim a mãe de Tito terminou a história.
Tito gostou tanto história que resolveu escrevê-la , assim não se esqueceria e poderia um dia contar também para os seus filhos. Depois Tito ainda fez um desenho imaginando como seria aquela árvore imensa e colocou dentro dela o que mais valorizava, aquilo que considerava o seu grande tesouro. O que será que Tito desenhou?
Por fim o garoto guardou a história e o desenho com bastante carinho no seu quarto e foi brincar.
Agora era a mãe que observava o filho no quintal e seu coração não estava mais pesado de saudades, estava leve, mas cheio de alegria.
Mão na massa
O pessoal lambuzou a mão para modelar copinhos e pequenos potes em argila. Eles usaram uma técnica chamada belisco que é bastante antiga e que ainda é utilizada por várias comunidades, inclusive quilombola. A galerinha pode ver um pouco desta técnica assistindo ao curta metragem Aruanda onde aparecem as mulheres do quilombo da Serra do Talhado, no estado da Paraíba, produzindo enormes potes a partir de uma bola de argila.
Esse documentário de Linduarte Noronha sobre a formação do quilombo da Serra doTalhado pode ser visto no site http://www.curtadoc.tv/.
Maculele
Os africanos influenciaram muito a cultura brasileira. As crianças falaram sobre as comidas, as brincadeiras, religião, música, luta e dança. Todo mundo falou sobre a capoeira e a maioria já teve alguma experiência com a “luta” das senzalas. Porém, nenhum curumim tinha ouvido falar sobre o maculele.
Ningém sabe direito como surgiu o maculele, mas existem algumas lendas sobre isso.
Em uma delas conta-se que Maculelê era um negro fugido que tinha doença de pele. Ele foi acolhido por uma tribo indígena e cuidado por eles, mas ainda assim não podia realizar todas as atividades com o grupo, por não ser um índio. Certa vez Maculelê foi deixado sozinho na aldeia, quando toda a tribo saiu para caçar. Porém uma tribo rival aparece para dominar o local. Maculelê, usando dois bastões, lutou sozinho contra o grupo rival e, heroicamente, venceu a disputa. Desde então passou a ser considerado um herói na tribo.
Outra lenda fala do guerreiro indígena Maculelê, um índio preguiçoso e que não fazia nada certo; por esta razão, os demais homens da tribo saíam em busca de alimento e deixavam-no na tribo com as mulheres, os idosos e as crianças. Uma tribo rival ataca, aproveitando-se da ausência dos caçadores. Para defender a sua tribo, Maculelê, armado apenas com dois bastões já que os demais índios da sua tribo haviam levado todas as armas para caçar, enfrenta e mata os invasores da tribo inimiga, morrendo pelas feridas do combate. Maculelê passa a ser o herói da tribo!
Conta outra lenda que a encenação do Maculelê baseia-se em um episódio épico ocorrido numa aldeia primitiva do reino de Ioruba, em que, certa vez, saíram os guerreiros juntos para caçar, permanecendo na aldeia apenas 22 homens, na maioria idosa, junto das mulheres e crianças. Disso aproveitou-se uma tribo inimiga para atacar, com maior número de guerreiros. Os 22 homens remanescentes teriam então se armado de curtos bastões de pau e enfrentado os invasores, demonstrando tanta coragem que conseguiram colocá-los em debandada. Quando retornaram os outros guerreiros, tomaram conhecimento do ocorrido e promoveram grande festa, na qual os 22 homens demonstraram a forma pela qual combateram os invasores. A dança seria assim uma homenagem à coragem daqueles bravos guerreiros. (http://capoeiraexports.blogspot.com.br/).
A galerinha do curumim achou incrível esta história e mergulharam na dança com os bastões. O ritmo envolvente das músicas fez com que a criançada curtisse muito o maculele e a maioria pediu bis!
Divertida Diversidade
Os curumins adoram ouvir histórias e como não podia ser diferente, eles curtiram muito a contação de O Peixe e a passarinha do livro de Blandina Franco.
Os personagens principais desse romance inesperado vivem num rio cercado de diferentes árvores de várias espécies. O peixe vive dentro da água com diferentes espécies de peixinhos, e a passarinha nos galhos das árvores com diversas espécies de passarinhos. Um dia os dois se conhecem quando resolvem comer a mesma minhoca.
Essa história propiciou uma conversa sobre nossas diferenças e similaridades e também sobre o preconceito.
Depois da história cada criança ganhou um espelho, lápis e papel para fazer uma observação de si mesma e desenhar seu autorretrato . Vejam a nossa galeria!
Trançando Pulseiras
Outra atividade baseada nas tradições africanas foi a confecção de pulseiras com trançado de barbantes coloridos.
A criançada realmente se amarrou nessa atividade que é feita com materiais muito simples; um tear manual de papelão e fios de barbante. Alguns produziram mais de uma pulseira e depois ainda fizeram mais em casa e deram de presente para amigos. Foi um sucesso!
As fotos da oficina de trançar pulseiras foram tiradas pelo Pedro Bortolloto, da Turma 2!!!
Máscaras
As máscaras são muito presentes na cultura africana. Seja como objeto de decoração ou adereço de rituais e festas, podemos encontrar em vários materiais, cores e formatos. A galerinha do Curumim ficou encantada com as diferentes máscaras que viram e puderam criar as suas. Depois de muitas pinceladas e idéias mirabolantes, todos saíram do SESC com máscaras muito bacanas!
Algumas fotos da oficina de máscaras foram tiradas pelo Filipe, da Turma 2.
Brincadeiras africana
Mbube – Mbube
Nesta brincadeira a criançada precisa estar com os ouvidos bem afiados.
Imbube é uma das palavras Zulu para "leão". "Mbube" é o jeito de chamar o leão! Neste jogo, o leão está perseguindo o antílope, enquanto todos os jogadores formam um círculo.
1- Dois jogadores começam o jogo. Um deles é o leão, um é o antílope..
2 - Ambos estão com os olhos vendados e antes de começar rodaram um pouco..
3 - Os jogadores no círculo começar por chamar o leão ", mbube mbube!"
4 - Quanto mais próximo do antílope o leão fica mais alto o chamado da roda.
5 - Da mesma forma, se o leão está longe do antílope, a roda diminui o volume a a velocidade do chamado.
6 - Se o leão não pegar o antílope dentro de um minuto um leão é trocado. Se o leão pegar o antílope, este será trocado.
Cheia
Para jogar é necessário duas equipes de, no mínimo, 6 jogadores cada uma. Limita-se um espaço para a realização do jogo, os curumins brincaram em meia quadra de vôlei. No centro, forma-se um monte com areia e uma garrafa. No SESC usamos brinquedos de EVA da piscina e uma caixa. Um jogador da defesa deve tentar encher a garrafa com areia, os jogadores do ataque, que ficam do lado de fora do espaço delimitado devem tentar acertar uma bola no defensor. Se a bola acertar nele e cair no chão, troca o jogador que enche a garrafa. Se o defensor conseguir agarrar a bola, deve chutá-la o mais longe possível. Quando a garrafa for cheia, o jogador deve esvaziá-la, e assim terá feito um ponto.
No Curumim adaptamos um pouco a brincadeira e colocamos mais pessoas enchendo a caixa e algumas crianças defendendo, como na queimada dos mosqueteiros. Este defensores poderiam ser queimados, mas caso a bola pegasse nas crianças que estavam enchendo a caixa, o jogo terminava e trocava-se as equipes.
Para jogar é necessário duas equipes de, no mínimo, 6 jogadores cada uma. Limita-se um espaço para a realização do jogo, os curumins brincaram em meia quadra de vôlei. No centro, forma-se um monte com areia e uma garrafa. No SESC usamos brinquedos de EVA da piscina e uma caixa. Um jogador da defesa deve tentar encher a garrafa com areia, os jogadores do ataque, que ficam do lado de fora do espaço delimitado devem tentar acertar uma bola no defensor. Se a bola acertar nele e cair no chão, troca o jogador que enche a garrafa. Se o defensor conseguir agarrar a bola, deve chutá-la o mais longe possível. Quando a garrafa for cheia, o jogador deve esvaziá-la, e assim terá feito um ponto.
No Curumim adaptamos um pouco a brincadeira e colocamos mais pessoas enchendo a caixa e algumas crianças defendendo, como na queimada dos mosqueteiros. Este defensores poderiam ser queimados, mas caso a bola pegasse nas crianças que estavam enchendo a caixa, o jogo terminava e trocava-se as equipes.
Já foi olímpico!
Como um esporte vai parar nas Olimpíadas?
Os curumins responderam esta pergunta. Alguns acham que tem alguém, tipo um “presidente” das Olimpíadas que escolhe. Outros achavam que era por votação.
Na verdade quem decide se um esporte entra ou não em um programa olímpico é o COI (Comitê Olímpico Internacional).
Como regra geral, um esporte é considerado olímpico se ele é praticado por homens em, no mínimo, 75 países e quatro continentes e, no caso das mulheres, se é praticado, no mínimo em 40 países e três continentes. Ainda assim, um esporte pode ser praticado em todos estes países e continentes e não ir para as Olimpíadas, quem define é o COI. Para não ter um número gisgantesco de modalidades, o COI definiu que um esporte só entra se outro sair.
A galera do Curumim mostrou toda a sua força no cabo de guerra e no arremesso de pedras. Como parecia ser meio perigoso jogar pedras, as crianças arremessaram medicine Ball, um bola pesada que o pessoal usa para fazer ginástica. Foi muito divertido!
Horário livre
Brincar no campo e no ginásio é sempre muito legal. Brincar no campo e no ginásio do que quiser, é mais divertido ainda. E foi assim o horário livre da galerinha do Curumim. As crianças inventaram cada coisa!!!!
Piscina e brinquedos de rodas
Neste mês, no dia da piscina, a galera pode levar brinquedos com rodas para o SESC. Só não valia bicicleta, porque não tinha onde estacionar. O pessoal mostrou todo o seu equilíbrio e ainda pode ensinar àqueles que não sabiam direito andar de skate, patinete e patins. Foi uma tarde Radical!!!
- Que sombra acolhedora e amiga você tem, baobá! Muito obrigado!
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